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Parto Humanizado (continuação Parte 02) por Dra Claudia Ribas

- A humanização do parto não significa mais uma nova técnica ou mais conhecimento, mas, sim, o respeito à fisiologia do parto e à mulher.
Muitos hospitais e serviços médicos ignoram as regulamentações exigidas pela Organização Mundial de Saúde e Ministério da Saúde, seja por querer todo o controle da situação do parto, por conveniência dos hospitais em desocupar leitos mais rápido ou por comodidade de médicos e mulheres em que no mundo atual não se pode perder muito tempo.
Mas a ciência vem comprovando que o excesso de intervenções tecnológicas durante o parto pode não ser tão seguro em partos de baixo risco.
O acompanhamento familiar deixa a parturiente mais tranqüila, tornando o parto mais seguro, ao constatar que a equipe especializada dos hospitais não consegue oferecer o suporte emocional que a parturiente necessita.
A posição deitada substituiu o parto vertical para melhor controle médico, mas a posição vertical é mais segura tanto para a mamãe quanto para o bebê, além de ser mais rápida. A presença do bebê junto à mãe após o parto é tão ou mais importante para o vínculo afetivo dos dois do que os exames realizados no bebê depois do parto e longe da mãe.
Mais do que após o parto, a presença do bebê junto à genitora no quarto é fundamental para o conhecimento de ambos, maior vínculo afetivo e amamentação prolongada. O leite artificial substituiu o leite materno e está provado que o aleitamento materno é superior nas suas qualidades.
 BANCO DE LEITE
Em Santos, temos também o serviço do Banco de Leite do Hospital Guilherme Alvaro que atende gratuitamente a todas as mães de Santos e região, oferecendo orientações e auxílio na amamentação. As mães que produzem leite materno em excesso têm acesso ao serviço do Banco de Leite para doação. O leite recolhido nas doações é examinado e utilizado na alimentação dos bebês de alto risco internados na Maternidade.
Assim, humanizar o parto é dar liberdade às escolhas da mulher, prestar um atendimento focado em suas necessidades, e não em crenças e mitos. O médico deve mostrar todas as opções que a mulher tem de escolha baseado na história do pré-natal e desenvolvimento fetal e acompanhar essas escolhas, intervindo o menos possível.
É a mulher que deve escolher onde ter o bebê, qual acompanhante quer ao seu lado na hora do trabalho de parto e no parto, liberdade de movimentação antes do parto e em que posição é melhor na hora do nascimento, direito de ser bem atendida e amamentar na primeira meia hora de vida do bebê. Para isso, é fundamental o pré-natal.
A dor é entendida como uma função fisiológica normal que pode ser aliviada com métodos não-farmacológicos amplamente embasados, mas não quer dizer que a mulher não tenha a escolha de optar pelo uso de analgesia.

Foto: Namaskar Yoga, Adriana Vieira
Alunas do yoga pre-natal agora amamentando seus bebes e praticando babYoga

 OPÇÃO PELO PARTO SEM DOR
As mães devem ter à sua disposição uma equipe multidisciplinar que inclui obstetra, doula e anestesista pronta para auxiliá-las no desenvolvimento de um parto normal com a mãe lúcida, participativa e sem dor. O parto sem dor é feito por meio da analgesia de parto ou peridural contínua, em que estão associadas baixas concentrações de anestésicos. A Maternidade onde é realizada o parto deve ter equipe adequada para proporcionar às parturientes o oferecimento da  analgesia de parto quando se verifica que a dor está interferindo no trabalho de parto sendo realizado pelo anestesista do hospital.
Isso não significa que o parto cesárea ou com intervenção médica não possa ser humanizado. O parto cesárea existe para salvar vidas, mas não deve ser a grande maioria dos partos como acontece hoje e sim realizado sempre com indicação. Isso também deveria acontecer com as intervenções médicas que somente devem ser aplicadas quando necessárias ou quando de escolha da mulher se bem orientada quanto a essas intervenções.
Foi publicado em 12/04/2010, pela Prefeitura de Santos, que a Maternidade Silvério Fontes é o hospital de Santos que apresenta a maior proporção de partos normais, importante indicador de qualidade no atendimento. No ano passado, dos 1.050 nascimentos ocorridos na unidade, 652, ou seja, 62,1%, foram de parto normal. O Silvério Fontes realizou também o maior número de partos SUS de mulheres residentes em Santos: 35,6% e foi responsável ainda por 22% dos nascimentos de todos os bebês santistas.
O Parto Humanizado significa direcionar toda atenção às necessidades da mulher e dar-lhe o controle da situação na hora do nascimento, mostrando as opções de escolha baseados na ciência e nos direitos que tem.
Finalmente, e com muita importância, nós prestadores de saúde devemos ter paciência e empatia necessárias para dar apoio à parturiente e à sua família. Sempre que possível, devemos procurar fornecer a continuidade da assistência no puerpério, isto é, pós parto.
O nascimento é um momento Divino que fica registrado para sempre na memória da parturiente e dos seus familiares. Assim como a oportunidade de dividir essa alegria, temos também a responsabilidade de contribuir para que esse momento seja realmente pleno e feliz.

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