Adriana Vieira - Namaskar Yoga
Relatos Partos

Relato de uma avó

Relato de uma avó


por
Alice Vieira de Moraes 


Eu, Princesa

Relato de uma avó - por Alice Vieira de Moraes 
Nasci sob o chuvoso friozinho de uma madrugada de julho. Por desejo de meus pais, fui acolhida num belo parto natural. Lembro-me do olhar castanho de minha mãe, fitando-me com ternura. Senti-me segura quando meu corpo, amparado pela Dra. Izilda, coberto ainda de sangue e sebo, foi acariciado e limpo.

Sem sucesso, tentei  um sorriso ao reconhecer meus dois irmãos: a meiga Aline que suspirava aflita pelo meu choro da vida  e o bravo Thales que acabara de cortar meu cordão. Estiquei meu pequeno pescoço e encontrei os olhos azuis no rosto de meu pai que, ansioso, esperava por um pouco de atenção. Meu coração inundou-se de alegria, pois a emoção da vovó  estaria guardada para sempre. Logo depois, senti o calor e o sabor dos seios de minha mãe. Ao nosso lado o solícito e carinhoso vovô  me ajudava a abocanhar o delicioso alimento. Chamaram-me Dora em homenagem à minha querida bisavó que, aos 88 anos, tecia um lindo chapéu de crochê para minha chegada.

Relato de uma avó - por Alice Vieira de Moraes 

Coroaram-me, então, de muito carinho, como se fosse uma chuva de jóias confeccionadas em ouro e pedras preciosas com significados de poder superior: sardônia, esmeralda, topázio, rubi, jaspe, safira, jacinto, ametista, ágata, crisólito, berito, ônix... cada uma destas pedras contendo um dom mágico determinado. Sentaram-me num trono  de Amor feito de um bloco só, simbolizando a unidade e a força. Assim, virei uma princesa.

Relato de uma avó - por Alice Vieira de Moraes 

Alice Vieira de Moraes é uma estudiosa, leitora assídua e escritora. Super mãe, super mulher, super avó. Mãe de Adriana, Alexandre e André, avó de Julia, Aline, Thales e Dora, e filha de Doralice. Presenciou um parto pela primeira vez, de sua filha Adriana Vieira, e viu sua neta Dora nascer naturalmente em 23-07-2013.

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Relato de parto = Adriana + René = Dora (23-07-13) VBA2C (vaginal birth after 2 cesarians) 

Relato de parto = Adriana + René = Dora (23-07-13)


VBA2C (vaginal birth after 2 cesarians) 

Parto normal após duas cesárias
É possível sim parto normal depois de duas cesarianas…e foi atrás desse sonho que eu e meu marido fomos…e conseguimos, com base na medicina baseada em evidências e outros relatos de partos que li e vivenciei como doula, que lutamos por ter nossa tentativa e então, conseguimos um lindo parto pra receber Dora num ambiente aconchegando e de muito amor!

René Schaap, 47, marido: " foi mais do que uma maratona, mas todos juntos não vimos as horas passar. Estávamos dando força, tentando ajudar, e fazer a dor diminuir. Queria que ela nascesse, e então iria ser a reta final, a linha de chegada, mas não sabíamos quando ia acontecer…era esperar, com calma, a hora certa". E ela chegou linda!!!

Relato de parto = Adriana + René = Dora (23-07-13)

Thales Vieira, 20 anos (segundo filho de Adriana)

Thales Vieira, 20 anos (segundo filho de Adriana) : " foi emocionante participar de tudo. Era um momento muito importante pra minha mãe e consequentemente pra mim. Muitas vezes dificil de ver e ouvir, como filho, mas eu tinha que estar lá com ela. Tive que ter coragem, e queria participar. Era minha mãe, era minha irmã nascendo…
...e depois, cortar o cordão foi algo que nunca imaginei fazer na minha vida, e quando vi tava lá, vivendo uma experiência única, e me senti recepcionando a Dorinha chegando nesse planeta! Foi bom demais no final de tudo! Emocionante!

Aline Vieira, 22 anos (primeira filha de Adriana): " é quase impossível dizer com palavras. foi tudo muito intenso, um dia longo e de muitas emoções novas que nunca senti antes. Foram momentos de muita força e coragem da minha mãe, e consegui ajudar, pois sentia que podia dar força pra minha mãe para que minha irmã nascesse bem! 

Aline Vieira, 22 anos (primeira filha de Adriana)

Um resumo  
Bom, relatar o próprio parto parece algo fácil de se fazer, mas realmente não é não! O momento é tão especial, que parece como um sonho, quando a gente quer contar e não há palavras suficientes que digam tudo aquilo que queremos expressar! Pra mim, não é diferente…
Já era mãe de dois filhos maravilhosos, hoje com 22 e 20 anos, e ambos participaram comigo dessa nova fase, desde a gestação até o parto da Dora (minha terceira filha, que nasceu em 23-07-13).
Eu tenho duas cesárias anteriores, o que pra maioria dos médicos seria uma indicação na certa de uma terceira cesária. Mas com o passar dos anos, aprendi muito sobre a importância do parto vaginal para a mãe e para o bebê, e quis sim tentar um parto normal ou natural, sabendo dos prós e contras que haviam! 
Aprendi lá com a turma do GAMA, com a Ana Cristina Duarte, e muitos dos cursos que fiz por lá, pra me tornar doula, educadora perinatal, instrutora de yoga pre natal e estar onde estou hoje, fazendo o que mais gosto: cuidando de gestantes e mães com bebês também!
Claro, a primeira coisa a fazer pra bancar esse meu sonho, e trazê-lo pra nossa realidade, foi arrumar uma médica bacana, que me ajudasse nessa empreitada! 
E só poderia ser a Dra Izilda Pupo, uma mulher especial e um ser humano iluminado, que faz mais do que a medicina preconiza! Foi com ela que eu também acompanhei os primeiros partos como doula, em Santos. Ela abriu as portas pra mim e para muitas outras profissionais, pra trabalharmos em equipe, nos hospitais, que antes não nos deixavam nem entrar…
Ela nada contra muitas correntes, porque acredita sim em nós mulheres, e em nosso poder de fêmea, de parir e em outras coisas mais, assim como eu…coisas invisíveis que devemos respeitar! 
Bom, com  a ajuda e empoderamento dela, do meu marido, que sempre me apoiou em realizar esse meu sonho, e ainda  dos meus filhos, meu parto já estava mais próximo de ser como eu queria!!! Contava ainda com a Rose, uma amiga e enfermeira experiente, que veio de outra cidade, mas que logo quando chegou aqui já nos demos bem, e começamos a trabalhar juntas também. Somou-se a equipe a obstetriz Driele, que chegou pra nos ajudar na humanização em Santos.
Formamos uma equipe em total sintonia pra fazer Dora nascer da melhor maneira possível. 
Bem, os bebês, digamos assim, são eles quem mandam muito em tudo que vai acontecer no parto! Claro que creio que nós mães temos grande responsabilidade de como geramos nossos bebês, então, há uma interação durante todo tempo da gestação, que vai terminar com o momento do gran finale: o nascimento…e então, 
Dora, se mostrou muito forte durante toda a gravidez, e no trabalho de parto então, deu um show de saúde, força e vitalidade. Acompanhamos seu bcf (batimentos cardíacos fetal) a cada momento necessário, e ela sempre forte, me deixou demorar o quanto precisei pra dilatar e pra fazer a força da expulsão pra ela chegar ao mundo aqui conosco. Se não se chamasse Dora, a chamaria de Guerreira, pois ela foi sim vitoriosa demais!
E nosso parto foi emocionante, maravilhoso, gratificante. Foi uma momento de total união entre todos os presentes, que nunca irei esquecer: cada palavra de apoio, cada massagem, cada olhar de cumplicidade, e amorosidade, respeitando minha privacidade, meus momentos de cansaço, de euforia e de alegria por estar ali com todos que me fizeram realizar esse sonho. 
Por eu ter duas cesárias anteriores, eu não poderia ter nenhuma intervenção medicamentosas pra acelerar o parto, e também não queria nada como ocitocina, etc…então, decidimos ficar em casa durante o TP. A ideia era que Dora pudesse nascer em casa, mas ao final, fomos pro hospital, e em meia hora ela nasceu: parto normal após 2 cesarianas, o que chamamos de:  VBA2C.
Dorinha nasceu saudável e forte, com 3.200 kg, medindo 48 cm, e eu sai de lá como entrei…andando, sem nenhum corte, sem nenhuma dor, sem laceração, sem episiotomia, com 42 anos, e realizada, feliz, com minha filha no colo, amamentando ela, e pudemos ir pra casa no mesmo dia!
Dedico esse meu relato 'a todas mulheres que como eu, lutaram pra ter seu desejo respeitado, conseguindo ou não seu parto vaginal, 
mas por todas que lutam por ser que são, sem se deixarem ser levadas por decisões alheias! 

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Decidir parto e trabalho de parto
Creio que o primeiro passo para se ter um parto do jeito que se espera seja decidir lá dentro do coração
o tipo de parto que você quer, junto com seu marido, ou com quem te acompanha durante a  gravidez...esse já é um grande passo, nem sempre fácil! 
As famílias interferem, palpites externos, comprovações médicas,
enfim, cada um quer dizer para nós, gestantes, o que 'temos' que fazer, então, primeiro passo é a SUA decisão.
Não estou dizendo que isso vai acontecer! Não sejamos tão prepotentes, onipotentes.
Creio, de verdade, que temos certas experiências a passar, e nem sempre elas são como pensamos…
então, o mantra do Professor de Yoga Hermógenes, sempre me caiu muito bem, e repito nas minhas aulas de yoga por anos a fio:
" Entrego, confio, aceito, e agradeço"
Pois precisamos sim ter metas, mas antes de mais nada, com humildade, desejando que o melhor nos aconteça, e nem sempre
sabemos o que é o melhor pra nós…e nesse caso, para nosso bebê também!
Mas creio que muitas mulheres passam suas gestações sem ao menos sequer saberem o tipo de parto que seria melhor pra ela,
e pro seu bebê. Apenas aceitam informações dos médicos, sem questionar nada…marcam cesárias com menos de 38 semanas, sem ao menos
saberem os danos que isso acarreta para o bebê que ainda está em formação. E quantas outras nem vêem a gestação acontecer. Um momento
tão divino, se formos entender todo o processo que acontece até o embrião virar feto, e o feto viver, crescer…e nascer! 
Muitas acham bobagem fazer cursos de gestantes, se informarem, enfim, vejo que aí já começa o momento em que podemos sim nos informar,
e então, começar  a ser a protagonista do próprio parto. E foi isso que fiz dessa vez! 
Informações, e a decisão estava feita: vamos tentar um VBA2C (sigla em inglês: Vaginal birth after 2 cesarians)
Depois de duas cesárias vamos tentar o parto vaginal, seja ele natural, ou normal (com intervenções médicas, que pode ser analgesia, ocitocina, etc), e sem episiotomia.


O Preparo para o parto:
Aprendi muito com minhas alunas de yoga pré-natal, e com as doulandas que acompanhei nesses últimos anos. Cada mulher, e cada momento está guardado em minha memória e em meu coração. Todas me marcaram muito. Cada uma num certo momento, mas com todas elas aprendi muito! Aprendi sobre a dor, sobre a privacidade, sobre o chorar, sobre o sorrir, sobre o amor, sobre a confiança, sobre o parto em si. 
Aprendi que se preparar para o parto é um caminho a seguir no escuro, mas perceber que o parto é físico e mental ajuda muito todo o processo!
Não adianta se preparar somente fisicamente. Não adianta se preparar mentalmente. O parto é um evento da fêmea e um rito de passagem, de filha pra mãe, de mulher pra mãe! É forte, é intenso, é inexplicável...
Mas sem filosofar muito, acredito que todas nós mulheres, deveríamos nos preparar para o parto! Um parto sendo as protagonistas, donas de nosso momento mais íntimo conosco mesmas! Momento em que nos despimos de corpo e alma, e choramos, sorrimos, como nunca antes…
Eu passei por todos esses momentos…de me perceber sem nenhum filtro social, totalmente sozinha…mesmo estando muito bem acompanhada,
haviam segundos que eu sabia: essa dor é só minha, bem como, essa explosão de felicidade tbém somente eu posso sentir!!!

Muita gente pergunta como se preparar então para o parto. Eu acho que cada mulher gosta de fazer algo diferente uma da outra. Então, a dica é: faça o que mais gosta, sinta-se feliz consigo, com seu corpo, com as mudanças, aceito as possíveis novas dores, peso, e curta esse momento.

O meu preparo:
Eu encontrei no Yoga tudo isso. Pra mim, o Yoga pré-natal traz: auto conhecimento físico e mental e uma proximidade com o bebê desde o início da gestação.
Se aquietar, meditar também devem fazer parte da gravidez, pra que você já se conhecendo durante a transformação que acontece em Você.
Fiz um preparo muito bom para o períneo com exercícios de Yoga, que chamamos de Bhandas. São contrações internas. 
E também com o epi-no e tive a ajuda da fisioterapeuta e doula Thati Menendez. Comecei a usar o epi-no com 36 semanas e usei até 40 semanas. O aparelho ajuda no fortalecimento da musculatura, bem como na flexibilidade. Resultado = não fiz episiotomia, e não tive nenhuma laceração perineal. 
Além disso indico também, e fiz isso:  cursos junto com o marido/ companheiro. Assista filmes de partos, leiam livros sobre o tema, etc…
Não tenham medo de fazer amor, mantenham- se juntos!
De quebra, ainda andava na praia, onde sempre me senti muito bem!

Dri Gravidez 7 meses 01-05-13

E continuei com meu trabalho, que amo muito, até 36 semanas. Depois, me permiti descansar 
e passear mais, e curti até o último dia das minhas 41 semanas e 4 dias de gestação!

postura ponte


Tudo começou assim...
Foi tudo muito intenso, muito lindo, da gravidez ao parto. Uma gestação aos 42 anos, depois de duas outras há mais de 20 anos.
A vontade de ter uma parto vaginal depois de duas cesarianas. Nossa: que loucura! Era o que mais eu ouvia de médicos,
de amigos, de familiares, de pessoas que me desejavam o melhor, achavam que estavam cuidando de mim, mas enfim, 
a decisão foi feita juntamente com meu marido, que sempre me apoiou! Confiava no meu corpo, e trabalhava minha mente, que
tinha e tem a memória de duas cesarianas anteriores…algo dificil de se esquecer, de se mudar, mas queria vencer essa memória e ter 
uma nova em minha mente, e em meu corpo...
E tudo foi conspirando a favor...foi tudo maravilhoso! 
Decidimos que íamos tentar ter um bebê em 2012, e em 3 meses lá estava eu gravidíssima.
Saúde estava ok. Fizemos o primeiro ultrassom já com 13 semanas e como era uma gravidez de alguém com mais de 35 anos já é de risco. 
Então, começou de leve aquele estress que vem de fora, de palpiteiros, etc : as changes de ter síndrome de down são maiores, 
tome cuidado com a comida, pressão alta nessa idade e diabetes gestacionais, são comuns, etc, etc, etc.
Mas não me incomodava muito com tudo o que falavam, pois sentia em meu coração que tudo caminhava muito bem...
Claro que fiz todos os exames necessários, e tentei não me abalar com "falas externas e desanimadoras" que não paravam
de acontecer.
Mas minha médica sempre me tratou como uma gestante "normal", e nunca colocou nenhuma minhoca na minha cabeça. Pelo contrário,
sempre me dizia que estava tudo ok…e estava mesmo!
Passei uma gestação tão boa quanto meu dia a dia.  Viajei com 2 meses para o Rio, e com 4 fui pra Índia, pois já tinha comprado essa viagem antes 
de saber da gravidez, e então, estava bem, com o ok da Dra Izilda, lá fui eu pra Índia, realizar mais esse sonho…
Continuei também com minha rotina diária, dando aulas de yoga para gestantes, hatha yoga, para crianças, cursos de shantala, doulando algumas alunas, 
acompanhando partos,  e claro, vida normal, dona de casa, mãe de dois filhos, mulher. 
Comecei a caminhar na praia com mais frequência e tentei diminuir um pouco a vontade de comer doces e bobagens. 
Como sou vegetariana, tentei implementar mais proteínas nas refeições, e também não tomo leite de vaca, então encontrei algumas outras fontes de cálcio
pra manter a saúde em dia. Não precisei suplementar nada pra manter o nível de ferro normal.
Pratiquei um pouco mais de meditação, pensando sempre nos benefícios também para o bebê.
Sim, e claro, como disse acima, escolhi uma equipe com pessoas que realmente eu poderia me sentir segura, e 'a vontade. 
Que eu pudesse mostrar tudo que há de mais íntimo, seja fisica e mentalmente. Isso é de extrema importância para um bom parto.
Me lembro de uma palestra do obstetra francês, Michel Odent, falando sobre a importância da PRIVACIDADE para a gestante
durante seu trabalho de parto, e claro, só nos sentimos assim com uma equipe em que possamos nos expor, confiar e nos entregar!
Bom, decidida a equipe, nada mais tinha a resolver...pensei! Mas estava enganada...pois queria também tentar um parto domiciliar. Sim, além 
de tentar um parto vaginal depois de 2 cesarias (VBA2C) eu gostaria de ter meu bebê em casa, no local onde EU me sinto mais segura e
com total privacidade. 
Então...minha gravidez foi 'longa" na visão de muita gente, mas na minha...foi maravilhosa e no tempo exato: 41 semanas e 4 dias! 
Bom, meus pródumos também foram longos, e o TP ainda mais...

Em Dubai, com 4 meses de gestação- fev 2013
Em Dubai, com 4 meses de gestação- fev 2013


Na India com Dora - quase 5 meses 
Na India com Dora - quase 5 meses 

Pródromos:
Tive também um longo período de pródromos, ou seja, aquele período final da gravidez, que já começamos sentir contrações mais fortes
(nem sempre doloridas) e nem sempre ritmada, mas continuam…pode ser também um falso trabalho de parto,
e durou umas 3 semanas. Nessa fase, a ansiedade aumenta, pois vc sabe que está perto da gestação acabar, 
e do bebê chegar, mas nunca sabe quando vai ser...
Como eu já havia tido duas gestações, e em ambas a bolsa estourou, achei que poderia ser assim novamente, mas não foi.
Dessa vez, entrei em trabalho de parto num dia, domingo, e somente na segunda, quando tive dilatação total, a bolsa estourou. 
Mas ela nasceu na madrugada já da terça-feira…dia 23 de julho, o dia mais frio aqui em Santos!!!

…dia 23 de julho

Trabalho de parto:
Consideramos o TP quando já temos contrações regulares,  mais de 3 ou 4 contrações fortes e geralmente doloridas em menos de 10 minutos. Daí, estamos realmente em TP. 
Isso aconteceu já no domingo e foi um longo TP. Consegui dormir pouco, mas tentei descansar de domingo pra segunda. 
Na segunda, avisei a Rose, enfermeira obstetra, como estavam as coisas, e pretendia ir no consultório da Dra Izilida, o que não aconteceu. Ficamos em casa, porque eu não poderia ter 
nenhum tipo de indução, como ocitocina ou outra droga que são ministradas em hospitais, por ter tido 2 cesarianas anteriores, então, decidi passar  o TP em casa, 
e se tudo continuasse dando certo, eu teria meu bebê em casa mesmo. 
Deixo aqui um parenteses pra esclarecer que Parto Domiciliar (PD) não é nada desassistido, nem coisa de hippie ou índio (e ambos eu admiro), 
mas sim, é um tipo de parto que existe em muitos países de primeiro mundo, como Holanda, Alemanha e outros, e sem nenhum 
problema recorrente durante ou após o parto. O PD pode ser realizado em gestantes de baixo risco, ou seja, com gestações como foi a minha: sem nenhuma intercorrência.
Bom, ficamos na minha casa, na presença de meus dois filhos também: Aline, 22; Thales, 20 anos, e todos participaram ativamente do meu TP. Minha mãe chegou de tarde, e 
também nos ajudou, com comidinhas, bebidinhas e tentando acalmar alguns outros membros da família que estavam extremamente ansiosos por saberem que eu já estava
desde manhã com muitas contrações. Meu marido deixou a casa linda pra gente. Tinha vela acessa como eu gosto, quitutes gostosos, suco, frutas, cheiro gostoso pelo ambiente, 
meu incenso predileto. A postos também ele deixou sua câmera de filmagem, maquinas de foto, celulares carregados, enfim, todo aparato pra filmar e fotografar…
Coloquei minha estátua de Ganesha no ambiente, juntamente com a medalha de N.S. do Bom Parto que uma aluna querida me deu, A Tamara, juntamente com Michele, que também a usou em seu parto, e ambas, tiveram um parto normal, como desejavam! 
Minha querida médica, Dra Izilda  chegou também no final do dia, e então, deu uma forcinha pro meu colo terminar de dilatar (sem medicação).E então fiz tudo que podia pra ajudar, e pra minimizar as dores que vinham mais e mais fortes durante as contrações: água quente caindo nas costas, Rose com suas mãos de ouro fazendo compressão na lombar e no cóccix, massagem do marido, agachamento, andar de patinho, de quatro, sentar, levantar, carinho dos filhos...e a piscina! que maravilha! como relaxa! Então, descansava, e depois, um lanche, uma fruta, bolo ou suco, e mais exercicios, etc...enfim, ao cair da noite de segunda, por volta das 21 hs...estava com 10 cm de dilatação...e contrações muito espaçadas ainda para o expulsivo. Nesse momento aprendi o que era DOR! Dor de contração, dor sem nenhuma inibição de drogas, dor de verdade!!! Não queria mais sentir...queria logo poder parir!!!
E então, me lembrei…canceriana ela não seria mais…então, que venha minha leoninaDora!!! vem Dora!!! (era somente o que eu pensava!!!) 

Dora!!! vem Dora!!!

Expulsivo:
O período expulsivo geralmente não demora muito. Pode ser de alguns minutos, até poucas horas, pois o bebê já está no canal vaginal, e deve ter monitoramento dos batimentos pra gente saber
se ele não está em sofrimento. Bom, mas como eu não podia induzir minhas contrações, e elas eram ainda muito espaçadas, esse período também foi bem longo, e então, quando elas vinham e não sentia a força do puxo pra fazer a expulsão, e essa história levou mais de 4 hs...e todos viam os cabelinhos dela, e então, ela voltava…depois de muito tempo, um edema se criou internamente, e impedia, de certa maneira de eu conseguisse expulsar a Dora pra ela nascer. Essa bebê foi muito guerreira, pois em nenhum momento deu sinal de sofrimento. Seu coraçãozinho continuava lindamente com ótimos batimentos. Eu estava extremamente estafada, mas toda equipe, incluindo meus filhos, estavam na maior torcida e me ajudaram muito a não esmorecer.
Mas num dado momento percebi que a dor que eu sentia do edema não me deixaria mais fazer forças. Sabiamente a Dra Izilda me convidou a pensar se não seria melhor
irmos pro hospital pra fazer uma analgesia e relaxar pro bebê nascer, e então, decidi que SIM, vamos lá! Dora, vem Dora, vem!!! 
Noite de maior frio na cidade, bem chuvosa, e todos lá comigo, mais de uma da manhã: equipe, meus filhos, minha mãe e maridão, sempre me apoiando! 
Já começava um novo dia, tive notícias que o filho da princesa Kate já teria nascido, e nada da Dorinha, aliás, sempre achei que ela seria canceriana, e contrariando meu 'achismo', lá veio ela, uma leonina, chegando ao planeta exatamente 1h54 da madrugada, de terça-feira (23-08-13)!

O parto:
A hora do parto foi divina...todos comigo, me ajudando a fazer a força final pra que ela aparecesse, e ela veio na terceira força que fiz. Chegou vitoriosa, guerreira,  poderosa. 
Meu filho Thales cortou o cordão e eu o fotografei esse momento, recém-parida Happy Minha filha Aline ficou ao meu lado o tempo todo! Me ajudou do começo ao fim do parto!!!  E minha mãe, que achou que não teria forças pra ver meu parto,  viu tudo, e ao final suspirou feliz por mim, por sua neta, por todas nós mulheres
Maridão não cabia em si! Disse que nunca imaginou a maratona que era um parto…" uma maratona sem linha de chegada certa, a gente nunca sabia quando ia terminar, mas todos estavam juntos com VC, foi a coisa mais linda que já vivi", disse ele, logo depois de ver Dorinha já no meu colo! Meu pai chegou, e completou o restante da família. Foi delicioso ver todos ali comigo!

Não sei ao certo como é para a maioria dos casais que passam essa intensa experiência, mas para nós, posso afirmar: o parto e nascimento de Dora nos aproximou, nos fez sentir que juntos somos maiores, e que com a ajuda um do outro seremos mais completos! 
Agora, a maternidade…uma nova fase, onde precisamos ainda mais um do outro…muito amor, muita paciência, muito aprendizado, com esse novo serzinho entre nós, conosco, e pra sempre
sob nossos amorosos cuidado!
Agora, hora de amamentar, de ter tranquilidade e qualidade de tempo com o bebê, juntos, numa nova família!
Viva a maternidade consciente, o parto consciente, e um viva ao amor!

Adriana, René & Dora

Minha família querida, que me ajudou do início ao fim do TP, e viram minha Dora nascer…de parto parido!
Minha família querida, que me ajudou do início ao fim do TP, e viram minha Dora nascer…de parto parido!


Meu querido pai, obstetra Wanderley de Sousa e minha querida médica, Dra Izilida Pupo
Meu querido pai, obstetra Wanderley de Sousa e minha querida médica, Dra Izilida Pupo


Equipe de amigas de profissão e de coração: Rose, Driele, Dra Izilda. Pra sempre vou levar vocês em meu coração e minha alma. Dora também!
Equipe de amigas de profissão e de coração: Rose, Driele, Dra Izilda. Pra sempre vou levar vocês em meu coração e minha alma. Dora também!


Meu pai, colocando Dora pra mamar logo após o parto
Meu pai, colocando Dora pra mamar logo após o parto

doulas
yoga pre natal
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