Adriana Vieira - Namaskar Yoga

Terceiro Dia- III Conferência Internacional sobre Parto Humanizado e Nascimento / Brasília- 29-11-2010


Médicos obstetras, enfermeiras obstetrizes, parteiras, doulas, educadoras perinatais e psicólogas colaboraram durante as palestras com dados atuais sobre o número de partos normais, partos domiciliares e nascimentos humanizados.

Mary wart & Adriana Vieira
Mary Zwart, parteira holandesa, deu uma coletiva para a imprensa e falou sobre os benefícios do parto normal, tanto para a mãe como para os bebês. Mary, que já assistiu a mais de 5 mil nascimentos, atualmente mora em Portugal. Faz várias palestras no Brasil e tem vindo pra cá nos último dez anos frequentemente, mantendo um importante trabalho em relação ao parto humanizado nas maternidades brasileiras. Durante a III Conferência Internacional sobre Parto Humanizado e Nascimento, Mary Zwart recebeu um convite para implantar seu serviço num hospital de SP, concretizando na prática o que está sendo discutido na Conferência!

Outro importante momento do dia foi a palestra dos médico argentino Hugo Sabatino, Prof. Dr. da Unicamp, que enfatizou os benefícios da posição de cócoras para se manter o períneo íntegro das gestantes, além dos benefícios respiratórios para o bebê ao nascer tendo a mãe nessa posição. Dr. Sabatino mostrou ainda dados sobre o Apgar de bebês nascidos de cócoras e dos nascidos de cesariana. Os primeiros, muito melhores relativos ao segundo.

Endossando suas pesquisas e comprovações, o também obstetra Claudio Paciornik, filho do Dr Moysés Paciornik (pioneiro do parto de cócoras no Brasil e criador da cadeira para parto vertical) trouxe dados sobre a integridade do períneo das índias de Goiás. Ele comprova que as mulheres modernas, que trabalham muito sentadas, e não utilizam a musculatura do períneo, estão mais sujeitas a incontinência urinária, mesmo sem ter uma gestação. Paciornik afirma ainda que um dos fatores que podem ainda agravar a incontinência é o fato de que as mulheres de hoje exercitam apenas a musculatura externa do corpo, e as corridas e outros exercícios de alto impacto, aliados ao baixo trabalho do períneo contribuem ainda mais para a incontinência urinária e ruptura do períneo. O curitibano Claudio Paciornik enfatizou ainda a importância do parto normal para o vínculo mãe-filho: “ o nascimento gera um ‘imprint’ em ambos, e a produção do hormônio ocitocina durante o nascimento faz com que os dois tenham essas sensações de prazer, afeto e amor impressas em suas mentes e corações por toda a vida”.

Lá de BH, o prof Dr João Batista Lima, do Hospital Sofia Feldman, afirma com grande tristeza, que o Brasil é um dos poucos países no mundo em que as mulheres ainda são (na grande maioria) obrigada a ficarem deitadas para parirem. Ele enfatiza que a lei da natureza e da gravidade mostram outro caminho: o parto vertical.

Curiosidade:

A criadora do banco de cócoras, a paulistana Marília Largura,  hoje com 75 anos esteve presente na Conferência falando sobre as “Melhores Posturas para o Parto” e me contou sobre como inventou o banquinho, que atualmente é o único comercializado no Brasil. “Eu era enfermeira num hospital público e tinha que atender ‘as vezes dez gestantes ao mesmo tempo. Muitas delas iam ao banheiro para poder ter mais privacidade e então, sentadas em posição de cócoras aliviavam suas dores. Muitas delas ficavam na posição e acabavam parindo dessa maneira. Vendo isso, criei algo que as ajudassem”, comenta a doutora em enfermagem, e autora do livro: A assistência ao parto no Brasil.

Segundo dia da III Conferencia Internacional sobre Humanização de Parto e NascimentoSegundo dia da III Conferencia Internacional sobre Humanização de Parto e NascimentoSegundo dia da III Conferencia Internacional sobre Humanização de Parto e Nascimento



Doula e Educadora Perinatal:

Lucía Caldeyro (doula, pedagoga e educadora perinatal em Campinas), Vitória Pamplona (psicóloga e educadora perinatal no RJ) e Silvéria Santos (enfermeira obstetriz em Brasília-HUB) mostraram a importância da educação perinatal e dos grupos de gestantes para que as grávidas possam ter mais informações corretas e então fazerem suas PROPRIAS escolhas em relação ao parto. Enfatizaram a importância de se fazer um ‘plano de parto’ e de incluir o companheiro nos cursos para que também estejam bem informados e participativos durante a gestação, até a hora do parto.



Final Feliz:

Na última apresentação da noite tivemos uma linda surpresa: um depoimento via vídeo da top model Gisele Buchen, que relatou detalhes do seu parto normal em casa (nos EUA) e da importância desse “empoderamento” da mulher para ‘dar a luz’. Segunda ela, ninguém deveria tirar esse momento único das mulheres, pois ela disse que a partir desse momento, se sentiu ainda mais mulher, mais forte, mais poderosa, ao parir seu filho.

“ Eu queria abraçar o mundo e gritar pra todos: eu tive meu filho num ambiente de amor e tranqüilidade” e acrescentou: “acredito que todas mulheres mereçam ter essa oportunidade também”, concluiu a top, emocionada.

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