Assim como a maioria das mães blogueiras, meu intuito aqui é dividir um pouco do que tenho vivenciado, e que elas sirvam pra cada uma de alguma maneira, pois é meu desejo, como mãe, como mulher, e como doula e educadora perinatal, que todas vocês, cada vez mais, possam usufruir da maternidade como uma gostosa experiência. Os bebês crescem rápido, e vocês já devem ter percebido isso! 

 

Não vou me ater aqui a grande crítica que posso fazer aqui, por horas, sobre nosso atual mundo capitalista e muito mais que selvagem, que nos tira o tempo pra maternar, pois aí o post iria pra um lado triste, mas que é a realidade da maioria das mulheres hoje: trabalho, trabalho, trabalho, e um poquinho de tempo pra maternidade!!! Acho isso cruel, desumano (pra os 3 : mãe, pai e principalmente para o bebê), mas hoje é dia de festa, de um ano de Dorinha, e vamos falar do quão bom que é ser Mãe. (Lembrando que a vida é feita sim de escolhas, e só você poderá mudar sua vida, se quiser!!!)

A família toda se transformou. Ela nos aproximou ainda mais. Fez nossas refeições virarem eventos especiais, todos os dias; fez nossos pequenos momentos de descanso juntos virarem momentos pra compartilhar suas novas conquistas; nos fez mais centrados em pequenos e simples atos, nos fez rever o amor, a simplicidade e o dar, se doar, querer o bem sem nada em troca…

E Dorinha nos inspirou a criar um jardim! Sim, literalmente um jardim: O “Jardim de Dorinha”.

#emconstrucao #jardimdedorinha

É o que ela vai ganhar nesse primeiro aniversário! Uma árvore, um pé de manacá, que será plantada por todos da família, em prol de seu nascimento e crescimento, numa cerimônia íntima e muito especial. Uma árvore, que vamos ensiná-la a cuidar, como cuidamos dela, como cuidamos um do outro!

Assim como Dorinha nos faz pensar nos benefícios do ‘cuidar’, ela irá aprendendo conosco também a olhar o mundo por um prisma amoroso: de cuidar do verde, de cuidar das nossas plantas, árvores, dos bichos, não apenas os 'pets’, mas todos os bichinhos, e por isso ela é sim vegetariana…mas claro, vai poder escolher o que quiser ser, quando “crescer”. Por enquanto, eu e o pai dela (que não é vegetariano como eu), concordamos em criá-la sim, sem comer animais! Os bichos pra ela, serão seres que devemos cuidar…não matar e comer.

No “Jardim de Dorinha” vamos juntos ainda perceber como as mudanças ocorrem diariamente, como a impermanência é a única certeza que podemos ter! No “Jardim de Dorinha” vamos observar o fluir da vida, o nascimento, o renascer e a vida acontecer!!!

Aqui em casa ainda estamos aprendendo muito, claro, e sabemos que ela nos ensina muito mais do que iremos ensiná-la (pelo menos acreditamos nisso por aqui, que crianças ensinam os mais velhos), e acreditamos que essa troca aconteça em todos os lares.

Então, aproveite dos ensinamentos da maternidade e confira aqui alguns dos aprendizados que fizemos com Dorinha nesse primeiro ano. Não há certo ou errado, nem melhor ou pior! Siga seu coração e seus sentimentos…aqui vai um pouco de nossa experiência nesse caminho chamado: VIDA

Dorinha é a terceira filha, e a primeira que pude parir. Minha gravidez aos 42 anos foi excelente, sem nenhuma intercorrência e o parto algo transformador: para mim, para meu marido, para meus pais, e meus filhos. Tive um vba2c, Mudou minha visão de mundo, da maternidade, minha visão e sensação como fêmea. E falo isso de coração. É algo difícil também de explicar, por ser tão profundo, tão viseral. Foi divino!

Luto sim, e muito, para que todas as mulheres que querem, possam passar pela experiência maravilhosa do parir com amor, com uma esquipe preparada pra receber um ser, amorosamente, e não apenas , medicamentosamente! 

Que a nossa senhora do bom parto esteja nos ouvindo, nos abençoando e nos ajudando para que possamos fazer valer nossos direitos de mulheres livres, de fêmeas poderosas, para que possamos ter nossos partos ativamente, sem medos, sem sentimentos ruins, apenas amorosamente! Namastê

Durante minha formação como doula e depois, educadora perinatal, aprendi muito sobre a importância da vinculação mãe e bebê no parto e pós parto. A primeira hora logo após o parto chama-se: Hora de Ouro, devido a imensa importância para mãe e para o bebê, de ficarem juntos. A quantidade de hormônios produzida quando ambos estão juntos é única. O colostro desce melhor, mais facilmente, o bebê começa a reconhecer a mãe, o pai, e o futuro da saúde do bebê terá muito a ver com essa primeira hora. 

As intervenções hospitalares atrapalham muito esse início da vida do bebê, então, pensar num pediatra humanizado pra receber seu filho ao nascer, é pensar amorosmente. É lhe dar o melhor início de vida!

Sondas passando pela boca, entrando pelo nariz, anus, colírio ardido, muito disso pode ser evitado!!! Informe-se melhor e cuide do seu bebê ao nascer…

Depois, vem a importância da exterogestação: os nove meses pós parto. Sempre indico textos sobre o assunto para minhas alunas e maridos lerem, e principalmente um livro de Laura Gutmam, chamado: “A maternidade e o encontro com a própria sombra”. 

E não se esqueçam da importância de fazer “atividades juntos” com os bebês nesse primeiro ano.

Amamentei meus dois primeiros filhos por que tive a pediatra correta, na hora certa. Há 23 anos atrás ela era a maior defensora do aleitamento materno exclusivo por seis meses, e me ajudou muito nessa questão, num tempo onde nem a licença maternidade de 4 meses era lei. Foi graças aos ensinamentos da Dra Keiko, que a Aline e o Thales foram amamentados. E hoje ela continua sendo a pediatra da família, pois foi ela, que no Brasil, disseminou a campanha nacional de aleitamento.e ainda faz seu belo trabalho nessa área dando consultorias pelo Brasil afora. Não é 'a toda que o único banco de leite da Cidade de Santos leva seu nome. Admiro muito o trabalho dela, e hoje ela tem um grande pupila, e uma profissional da área da consultoria em aleitamento, que faz esse trabalho também divinamente: enfermeira Sandra Abreu.

Ambas dão dicas essencias que todas as futuras mães devem saber. Amamentar é um ato de doação. As mães precisam saber que durante, pelo menos os três primeiros meses, ficarão por muitas horas sentadas, amamentando. E não há nada de errado com isso. Os bebês vivem do leite e precisam ainda do contato pele a pele da mãe, pra crescerem, pra se sentirem seguros, amados, e assim, crescerão saudáveis e se sentindo amados e protegidos. 

Como educadora perinatal, e doula pós parto, ensino muitos detalhes sobre a amamentação, mas vejo que muitas mulheres se preparam para um bom parto, mas esquecem de saber mais sobre o aleitamento. Dá trabalho: SIM. Mas é saudável, é amoroso, faz parte da maternidade.

Não se esqueça que fórmulas são remédios. São vendidas em farmácias. Seu bebê é perfeito, e você é saudável, então, não entre nessa de 'complemento", pois vocês já se completam. ACREDITE!!!

Dorinha ainda mama o tempo todo que quiser. Está grande, saudável, e claro, ainda mama de madrugada e eu acordo! Sim, fico cansada, mas acho válido o esforço! É saúde para o meu bebê!

Saiba mais com a enfermeira Sandra Abreu, do anjos do leite, especializada em aleitamento. Leia AQUI

Veja o relato de amamentaçao de Janayna Mendes, que amamentou gêmeas.

Leia mais nesse post da Dra keiko AQUI

 

Acredito que toda mãe que realmente se conecte com seu bebê, após alguns dias, vai saber entender cada choro, cada sensação do seu bebê.

Infelizmente hoje muitas mães não tem tempo suficiente para ficar sozinha com seu bebê a ponto de conseguir entendê-l, ou porque não se acham capaz de cuidar de seu bebê (o que nunca é verdade), ou porque de alguma maneira sofrem interferências demais (avós, tias, amigas, etc), que dão palpites, mas que deveriam respeitar esse binômio que é único: essa nova mãe/pai e esse novo ser, seu bebê.

Cada dupla vai ter sua maneira de se entender, e isso requer apenas tempo, paciência e compreensão.

O bebê expressa-se pelo choro, então, sempre que sentir a mesma coisa algumas vezes, vai reagir da mesma maneira.

A maior necessidade dos bebês é de sugar (pra mamar e se alimentar) e do contato pele a pele (mamando, pelo toque, banho, carinho, etc). Se ele estiver com roupa correta, fralda limpa e no colo, satisfeito depois de mamar, dificilmente irá chorar. 

Em muitos países nem se fala sobre 'cólicas" em bebês.

Acredita-se que quando o bebê fica no colo, sling, wrap com a mãe ou pai, não terá cólicas, nem choros extremos.

Um bom colo, uma boa mamada, uma casa e uma casal tranquilos, uma boa massagem no bebê (shantala), um bom banho de ofurô (banho de balde com temperatura média de 38 graus), ou de banheira mesmo, roupas limpas e fralda nova, fazem milagres e bebês mais silenciosos e calmos. Você pode confiar.

Os bebês têm alguns picos de crescimentos, e durante esses períodos vai precisar ainda mais de você, de sua paciência e amorosidade

Confira mais detalhes sobre as fases do seu bebê e ainda sobre os  saltos de crescimento, e como indentificar e agir:

Essa matéria é completa, e excelente. Leia AQUI

Como em tudo na vida, não há um melhor método, nem o “mais correto”, ou o “melhor”. Sempre digo que nada é bom pra todo mundo. Cada família tem seu jeito, suas manias, hobbies, e cada marido ou mulher foi criado de uma maneira.

Hoje temos vários métodos de educação, e podemos escolher o que tem mais a ver com sua própria realidade, sua casa, enfim…

Aqui em casa gostamos de um método menos autoritário, mas também, que dê alguns limites, que faça a Dorinha se sentir “acolhida” e “cuidada”. Gostamos que ela mesma aprendar seu limites, que enfrente seus medos, e que se conheça por si mesma. Isso preconiza ela poder andar pela casa toda, sem que a gente tenha que 'tirar isso daqui, ou dalí", mas também sem usarmos a palavra “não” o tempo todo. Gostamos mais de mostrar o que ela 'pode fazer’, do que enfatizar o que “não” pode fazer!

Bem como no futuro, vamos preconizar esse mesmo método pra educação escolar, deixando que a alfabetização acontece quando ela tiver maturidade (lá pelos 6 ou 7 anos), incentivando agora o brincar, brincar e brincar. Andar descalça, sentir grama, areia, terra, pedras, curtir o mundo das sensações. Ouvir mais de uma língua, aprender a identificar imagens aos sons, sem o compromisso de ter que ler ou escrever, para que o racional venha complementar o emocional…

Enfim, quem quiser ler uma pouco mais sobre alguns métodos escolares, veja o que postamos sobre uma Roda de Mães que fizemos:

Leia mais AQUI

Dorinha foi amamentada exclusivamente durante os seis meses, e agora, ainda tem livre demanda, ou seja, sempre que deseja, tem o leite do peito. 

E a introdução dos alimentos sólidos foi feito, pela primeira vez aqui em casa, com o método “BLW”, ou seja, baby led weaning, que incentiva o bebê a comer os alimentos como eles são, sem amassar, triturar, ou fazer papas ou sucos. Dorinha aprendeu a comer todas as frutas assim: em pedaços, e nunca se engasgou não. E não teve uma ordem de que frutas dar em que momento. Dávamos as frutas que tínhamos em casa: banana, maçã, manga, mamão, melancia (a preferida dela até hoje), uva (ela ama também), pitaia, abacate, enfim, tudo que consumimos elas provou. 

Depois, com os alimentos salgados foi o mesmo. Ela brincava com os alimentos, e assim, comia, e adorava. Foi assim com as saladas, legumes, e depois então, o arroz, feijão, macarrão, e hoje ela come de tudo. 

Então, comecei aos 9 meses, fazer sopas pra todos nós, e deixava em pedaços também, assim, ela comia a sopa que eu dava, mas sempre tinha algo na mãozinha pra saborear sozinha.

Sim, faz uma meleca danada, uma 'sujeira’, mas acredito que foi o melhor método, pois ela come de tudo, e com muito gosto!!!

Os bebê estão na fase oral, gostam de por a mão, de levar tudo até a boca, então, porquê não fazer isso com os alimentos?

Adotei o método e adorei!

Dorinha também!

E a vida é assim, movimento, transformações, crescimento, para todos nós! Cada um no seu tempo, no seu ritmo! Não tem uma regra geral! 

Podemos aconselhar, comparar, reparar, mas sempre, respeitando o jeito de cada um, o tempo e ritmo de cada, o meio ambiente em que vive, as pessoas ao seu redor, os estímulos, tudo, faz parte do desenvolvimento de cada um.

Sabemos também que o mais importante para o bom crescimento é ter um lar amoroso, um ambiente onde esse novo ser possa explorar sozinho, e tendo adultos por perto para lhe amparar, lhe dar apoio, e não apenas o repreender, e lhe tolher!

Amor acima de tudo, respeito ao bebê e a vida lhe trará boas surpresas!

Feliz aniversário Dorinha e obrigada a todos que sempre estão conosco, tornando esses bons momentos inesquecívies!!

Video Dora, do parto aos seis meses: Clique AQUI

http://video.connectingmedia.com/previews/zg6aMUyp-ilWn3J0R

Vídeo Dora Um ano

foto: Simone Sofredini/ Orquidário Santos

foto: William Espósíto