Pela primeira vez na história da Câmara Municipal, mulheres lotam a sessão e reivindicam sobre seus direitos ao parto e nascimento
Dia 15 de abril de 2014 foi uma marco na sessão da Câmara de Santos. Segundo o vereador Ademir Pestana, que solicitou a audiência de hoje, foi a primeira vez, na história da Câmara, que se viu uma sessão lotada de mulheres, mães com seus bebês.
A audiência pública se deu devido ao anúncio, de que, futuramente, em em 30 de abril, haverá o fechamento do PS Obstétrico do hospital Casa de Saúde, e as mães santistas não terão onde obter esse atendimento, já que este hospital faz cerca de mil atendimentos de urgência por mês, e a maternidade do mesmo local, cerca de 300 partos/mês. O caso já teve início lá atrás, quando, no final de 2013, a maternidade do hospital Beneficiência Portuguesa, cujo vereador Ademir Pestana é presidente, fechou as portas, que fazia cerca de 90 partos.
No intuito de cobrar das autoridades uma solução imediata para essas gestantes que ganharão bebê entre abril e maio, um grupo de mulheres engajadas em ajudar a resolver esse grave problema de saúde pública, esteve presente na sessão e fez sua voz valer. Foram mães, gestantes, avós, futuras mães, mulheres que lideram grupos de gestantes na baixada, doulas, enfermeiras obstétricas, obstetrizes, enfim, todas unidas por uma só causa: encontrar um caminho em que o parto seja respeitado, como algo fisiológico, com humanização, sem violências obstétricas e encontrando locais em que essa gestante sinta-se segura para parir.
Thais Polydoro foi a primeira a utilizar o microfone público, e abriu a sessão para que outras mulheres pudessem falar. Ela fez uma bela explanação, clara e objetiva de como conciliar poder público e privado para que uma breve solução aconteça na Cidade.
Maria Izabel Calil Stamato, psicóloga, mãe e avó, também fez sua voz ecoar, num depoimento de partos naturais (sendo um pélvico, e ambos domiciliares) e visando o melhor para suas filhas, pois uma delas está prestes a parir, e se vê nesse mar de indecisão, sem ter certeza onde poderá ter seu bebê.
Julia, entregou um documento para todos os presentes ‘a mesa, em nome do “Partejar Santista”, onde consta várias reivindicações que todas nós mulheres queremos ver acontecer, entre elas, o respeito a mulher em trabalho de parto, a entrada e permanência da doula e também do marido, durante o trabalho de parto e nascimento, o respeito ao bebê, fazendo com que mãe e filho fiquem juntos desde a primeira hora do nascimento, entre outros pontos previstos pela OMS e que ainda não são aplicados na prática, em nenhum hospital dessa Cidade.
Adriana Vieira foi a última a subir no palanque pra falar, e pediu uma decisão rápida e prática para a situação. Relatou seus partos (2 cesárias anteriores e um Vba2c) e concluiu que espera que médicos, diretores de hospitais, e administradores, bem como os componentes da mesa, possam agora, deixar de lado os obstáculos e realmente resolvam o problema que e de saúde pública e grave!
O encontro contou com a presença ainda do médico obstetra GilbertoMello, um lutador a favor das gestantes, com o secretário de Saúde de Santos, Marcos Calvo, gestores da área de saúde, como o presidente do hospital Santa Casa, vereadores, e a população em geral, que se preocupa com a saúde pública em geral.
No momento em que a sessão acontecia em Santos, lá em São Paulo, o presidente da Sogesp que também pediu essa sessão de hoje, estava reunido com outros médicos, entre eles a obstetra Izilda Pupo, outra grande lutadora por partos melhores na Cidade, tentando reunir forças para encontrar outras soluções para a Cidade, o mais breve possível.
Ao final dessa sessão de 15 de abril, conferimos que de acordo com o relatado pelos componentes da mesa, a promessa é de que: a Casa de Saúde de Santos mantenha sua maternidade aberta num prazo de pelo menos, seis meses. A decisão foi unânime. O fechamento de qualquer setor da saúde é um duro golpe para todos. O resultado prático virá, no entanto precisamos estabelecer um melhor equilíbrio da saúde suplementar e integrar melhor todo o sistema.
A imprensa local esteve presente: TV Tribuna, Band TV, Santa Cecília TV, e as matérias sobre o assunto já estão online.
Clique pra ler o que já saiu na mídia sobre o assunto:
Aqui você confere matérias anteriores 'a sessão: